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A Cantora

 

Quando fundei a ABRAN – Associação Brasileira de Numerologia, por questões de limitação financeira, permaneci com a Associação durante um ano inteiro funcionando na sala de meu apartamento.

Era muito engraçado.

As pessoas viam o anúncio da ABRAN, ligavam para obter informações. Agendavam cursos ou atendimentos e, quando chegavam, deparavam com uma Associação dentro de um apartamento, num prédio estritamente residencial.

Até hoje não sei o que elas pensavam disso.

 

Nesse período fui procurado para interpretar o Mapa de uma senhora.

Ela chegou no dia e horário marcados, demonstrando muita alegria e comportando-se de maneira jovial.

Recebi-a em minha sala e ela não se importou. Pelo menos não demonstrou. Comecei o seu Mapa, interpretei a totalidade do que pude visualizar.

Quando terminei a interpretação, partimos para o bate-papo informal.

Nesse momento, resolvi falar-lhe de uma indagação que havia ficado sem explicação na interpretação do seu Mapa. Disse-lhe:

 

– O seu Mapa indica a condição de acentuadas vibrações numéricas 3, nas principais posições de seu Mapa, o que me faz pensar que a senhora deve ter sido cantora. Hoje a senhora está com 46 anos. Poderia me responder se, além da atividade atual, a senhora já praticou canto?

 

A mulher arregalou os olhos e disse:

– Como assim? Meu Mapa indica que eu poderia ter sido cantora?

 

Respondi-lhe:

– Não é que seu Mapa indica que a senhora poderia ter sido cantora. O seu

Mapa é Mapa de cantora. É a profissão mais indicada nele.

E o desenvolvimento dessa carreira não só lhe traria muito retorno financeiro, como também a realização de seus sonhos.

 

Ela retrucou imediatamente:

– Não acredito.

 

Eu disse:

– Por quê?

 

– Quando adolescente, eu tinha certeza de que seria cantora. Disse isso aos meus pais. E eles, por preconceito, chegaram a me bater, dizendo não ser uma profissão de pessoas decentes.

Tentei lutar contra. Mas eles foram mais fortes do que eu.

Acabei me formando em Direito e atuo na área até hoje.

 

A partir daí, nossa conversa ficou muito desconfortável.

Eu me sentia sem jeito. Ela, visivelmente abalada.

Até que, abruptamente, resolveu despedir-se e foi embora.

 

Nota do Autor:

Um ano depois ela procurou-me para fazer o seu Planejamento Anual e contou-me que participava de um coral e estava programando sua participação em uma banda que toca nos bares da vida.

 

Consideramos importante apresentar o seguinte pensamento:

 

Não deixe a vida te levar.

Leve a vida do seu jeito.

 

Autor: Roberto Numerólogo

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